terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

EXPERIÊNCIA, CONHECIMENTO E DIÁLOGO




Afinal, como adquirimos conhecimento?

Existem ideias inatas? 

Ou o que se sabe é apreendido através das nossas experiências?

Em quem devemos acreditar, em Descartes (Ideias inatas) ou Locke (Tábua Rasa)?

Por mais elucubrações teóricas que se possa fazer devo admitir que sou mais propenso às ideias de Locke. Afinal, por experiência própria, eu só sei de fato aquilo que de fato experimentei!

Portanto, penso que as ideias não estão prontas, somos sim como que folhas de papel em branco (evidentemente essa condição ocorre quando ainda estamos no útero de nossas mães) em que os fenômenos da experiência imprime estímulos e cria conhecimento.

A partir do momento em que sofremos o primeiro estímulo (químico e/ou físico) passamos a conhecer em que mundo nós estamos. São as primeiras reações químicas e/ou físicas que nos fazem começar o aprendizado desta vida. Somos seres essencialmente emocionais, visto que o aprendizado eficiente se dá quando a emoção está imbuída no processo. Só aprendemos aquilo que sentimos!

Portanto, aprender é sentir, é envolver-se emocionalmente com algum estímulo externo ou interno.

Isso é o que nos faz um SER ÚNICO. Cada um tem a sua própria experiência, teve os seus próprios estímulos, as suas próprias emoções, tudo num envolto num determinado lugar e tempo. Cada fenômeno marcou indelevelmente a formação de nosso ser e de nossa maneira de pensar.

Logo, somos o que aprendemos; somos o que experimentamos. As leis da razão e da lógica são apenas meios de compreender, organizar e enclausurar o modo de ser que é essencialmente incompreensível, organizável ou enclausurável.

Por isso deveríamos conhecer os limites dessa diferença substancial de cada ser e estabelecer as melhores formas de convivência e tolerância entre as pessoas que, por natureza, são essencialmente diferentes entre si. 

Qualquer atitude de alguém, instituição ou ideologia que pretenda fazer com que todos sejam, ajam ou pensem iguais deve ser de pronto repelida, pois que reflete o que de mais malévolo possa ocorrer com uma pessoa, pois que atenta frontalmente contra a sua natureza.

O mais aplicável diante da necessidade de convivência deve ser o exercício do DIÁLOGO, ou seja, tentar estabelecer as bases para a construção da razão (logos) a partir da diferença (dia).